quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os amigos homens são como as amigas mulheres

Eu sempre tive uma relação bem legal com os meus amigos homens, uma relação bem aberta, no bom sentido obviamente. Enfim, relações sem frescuras por assim dizer, onde eu nunca precisei selecionar ou filtrar determinados assuntos.
O que acontece é que, quando você tem relações desse tipo, isso leva a famosa "liberdade entre amigos". Ou seja, os comentários, as piadas, as dicas, os conselhos e os desabafos passam a não ter limite.
Para entender melhor como cheguei a conclusão do título desse post, é preciso deixar claro que cresci num prédio onde só haviam meninos, e isso fez com que eu tivesse mais amigos homens do que amigas mulheres. Esse fato me ajudou a perceber, com o tempo, que os meus amigos homens eram exatamente como as minhas amigas mulheres, ou vice-versa.


Os amigos homens desabafam
, assim como as amigas mulheres, eles se enganam com o sexo oposto e caem nas mesmas armadilhas da conquista.
Um exemplo que me lembro bem, vem do meu amigo Antoni.
- Ah Vanessa... Você sabe que TUDO acontece comigo nessa vida...
- Que que houve Antoni?
- Você acredita que fui dar em cima de uma menina e ela me disse "Meu bem, da fruta que você gosta eu tenho de SOBRA!"?
Para ficar mais evidente a semelhança, eu conheço pelo menos umas três amigas que já se interessaram por alguém que já tinha de SOBRA da fruta que elas queriam. 

Os amigos homens também se metem na sua vida, assim como as amigas mulheres, eles dão conselhos bons e ruins.
Um conselho que me veio em mente agora foi de três amigos meus, cuja a liberdade entre nós é grande, já que somos amigos de infância. Bartolomeu, Rodolfo e Guilherme me disseram:
- É Vanessa, eu tava pensando aqui... Se eu fosse mulher, eu só pegava homem rico!
E assim como as boa amigas que tenho, os bons amigos apoiaram e concordaram com ele:
- É mesmo doido, você tem toda a razão!
Uma pequena observação sobre esse fato: Nenhum deles é rico, e se isso é um bom conselho ou não, fica a critério do leitor.

Continuando com os conselhos, os amigos homens ficam do seu lado, assim como as amigas mulheres, eles buscam uma cura para o fora que você levou e odeiam aqueles que te fazem sofrer, mesmo que ele seja do mesmo sexo que o dele.
Certa vez, numa dor de cotovelo misturada com a indecisão de uma possível volta com um ex, Sidney me disse:
- Olha Vanessa, se você quiser um remédio péssimo, mas eficaz, é o seguinte: volta com ele e depois de duas semanas dá um pé na bunda dele. Vai ser horrível, mas você vai se sentir melhor logo depois, acredite! 

Os amigos homens te fazem se sentir bem em um dia ruim, assim como as amigas mulheres, eles estão dispostos a dizerem coisas que você nem imagina, como o próprio Benjamin fez comigo uma vez.
- Vanessa, você é uma mulher fálica!
- Fálica? O que é fálica?
- Fálica vem de falo, falo = pênis... Ou seja, você é uma mulher independente e completa. Tá meu bem?

E com isso eu posso encerrar dizendo que, por incrível que pareça, eles fazem com que eu me sinta sempre bem, assim como as minhas amigas mulheres.

domingo, 18 de outubro de 2009

A verdade sobre as perguntas de um ex-namorado

Nós sabemos que quando nos tornamos "ex" de alguém, o clima estranho prevalece pelo menos por algum tempo. A palavra ex, não fica somente na palavra ex-namorado, a pessoa passa a ser "ex-muitasoutrascoisas", por exemplo, "ex-sabetudodele" ou "ex-podeperguntartudo".
Isso me lembra que, em se tratando de um namoro recém acabado, os assuntos ficam bem restritos, pois até mesmo as perguntas mais comuns podem ter um outro sentido, assim como suas respostas também.


Estávamos eu e Benjamin Otávio, ambos com insônia, numa dessas madrugadas ociosas no bate-papo. Resolvemos então, como ele mesmo disse, "canalizar e sublimar nossas experiências em algo proveitoso". Começamos a falar dos exs e de como suas perguntas poderiam ter significados diferentes da questão real da pergunta. Posso até dizer que me identifico com algumas coisas, outras nem tanto, porém, com certeza muitas outras pessoas se identificarão, já que é um post baseado em muitas opiniões.
Chegamos à conclusão de que uma regra essencial, para se conversar com um ex, é a de não estar bêbado, pois assim fica mais fácil de manipular e responder as perguntas que o mesmo poderá vir a fazer. 

- Tudo bem?
Essa pergunta também pode ser traduzida para "Você está bem agora que não estou mais na sua vida?".
Ok, eu confesso que é uma pergunta normal, do tipo que se faz para qualquer pessoa, mas quando é vinda de um recente ex-namorado sempre há o que se desconfiar.
É claro que a resposta sempre será um "Tudo ótimo!", afinal de contas, você não dará o braço a torcer jamais! Essa é a resposta mais adequada para tal situação, pois demonstra que, mesmo com o relacionamento tendo acabado, você foi superior a tudo e está muito bem sem ele, mesmo que isso não seja verdade. Ou seja, você pode estar sem paquera, sem dinheiro, feia, depressiva, e mesmo assim dirá de uma maneira indireta que tudo está ótimo sem ele. 

- Você ainda sente algo por mim?
Dizem que esta pergunta pode significar "Você ainda me ama?".
Alguns exs precisam massagear o ego, mesmo que ele não ame você, ele vai achar ótimo que você ainda o ame. Esse tipo de atitude também é conhecida como "sentimento de posse", pois isso "prova" o quão "demais" ele é. Não seja burra, é claro que existem sentimentos, eles sempre existirão! Afinal de contas, todo mundo sabe que ódio também é um sentimento! 

- Você ainda lembra de mim?
Muitas vezes essa pergunta é uma maneira disfarçada de perguntar "Você ainda chora por mim?".
Não há muito o que se comentar nesse caso, talvez você ainda chore, talvez não, mas uma coisa é certa, a melhor resposta para essa pergunta seria um "É claro que lembro meu querido, eu tive foi raiva, não Alzheimer". 

- Tá namorando?
Essa pergunta também é conhecida como "Você me superou?".
Uma pergunta chata e sem saída. Como vocês acabaram, isso deveria ser a coisa que menos interessa para ambos, além do mais o Orkut serve para tirar esse tipo de dúvida.
Se você disser que sim, vai parecer que você foi uma insensível, que o esqueceu logo. Se você disser que não, vai parecer que você ainda não conseguiu superar o rompimento. Então leitores, essa pergunta não tem saída, é "sim" ou "não" e ponto, sem mais delongas. 

- Lembra daquele dia?
Algumas vezes isso quer dizer "Ah queridinha, vamos relembrar o passado e ver que tipo de reações químicas ocorrerão em nossas mentes e corpos".
Você pode optar por mentir, dizer que não lembra. Isso sempre parece mais adequado a situação, mas nunca é verdadeiro e sincero, e ele provavelmente vai saber que você está mentindo. Desenterrar o passado, ainda mais quando ele é recente, nunca é bom, então opte sempre pela verdade, mas uma verdade seca, dizendo apenas "lembro", nada de "lembro, foi legal" ou "lembro, foi engraçado", somente "lembro". 

- Podemos ser amigos?
Totalmente compreensivo, porque na verdade isso quer dizer "Vamos fazer de conta que somos amigos?".
O relacionamento acaba de terminar, e a pessoa já quer ser sua amiga como se nada tivesse acontecido, tenha a santa paciência! Assim, sendo bem legal, amigo amigooo, não vai rolar não, mas nós podemos manter as aparências e fazermos um social quando nos encontrarmos por acaso.

Por isso, muito cuidado da próxima vez em que for fazer perguntas para seu ex ou ser questionada pelo mesmo. Uma simples pergunta pode não ser feita no seu real sentido, nem para você e nem para ele.

Obs de Vanessa: Meus exs, não me levem a mal, adoro todos vocês.
Obs de Benjamin: Meus exs, não me levem a mal, adoro todos vocês. Mas quero distância, por favor.

domingo, 30 de agosto de 2009

Nem pra te responder

Karina e eu, havíamos sido convidadas para um jantar na casa de um amigo em comum. Como nós não sabíamos exatamente aonde ficava a casa dele, nos perdemos algumas vezes no caminho.
Algumas voltas depois, paramos num semáforo próximo a casa dele. E nesse mesmo semáforo, dois caras com sotaque de outra cidade pararam ao nosso lado:

 

- Psiu, ei garotas!
Como pessoas educadas que somos, demos atenção aos turistas, talvez até por acreditar que eles iriam pedir informações sobre aonde ficava algum lugar.
- Vocês não querem sair pra jantar?
E educadamente a gente respondeu...
- Não, não...
Até parece que nós iríamos sair para jantar com dois turistas que nunca havíamos visto na vida.
- Nem pra tomar uma cervejinha?
E educadamente a gente respondeu...
- Não, não...
Se jantar não rola, piorou "tomar uma cervejinha".
- Nem pra dançar?
E educadamente a gente respondeu...
- Não, não...
Todo mundo sabe que, tratando-se de cantadas, existe a universal "regra do três". A "regra do três" nos mostra que se você tentou algo três vezes e isso não deu certo, é porque essa coisa não é para acontecer. Se você insiste em ultrapassar o limite da "regra do três", a coisa só tende a piorar.
- Nem pra dar beijinho?
Meu querido, entenda, se eu não quero jantar, nem "tomar uma cervejinha" e nem dançar com você, piorou "dar beijinho". Então por que continuar insistindo nisso?
Considerando que a "regra do três" foi quebrada, você tem todo o direito de começar a ignorar essas pessoas sem estar sendo mal educada e sem que elas possam reclamar de tal atitude.
- Nem pra dormir junto?
Não, não, não, peraí! Por que agora que vocês falaram nisso, eu realmente percebi que quero demais! Com certeza essa é a melhor opção entre todas as anteriores que nos foram propostas! Aliás, por que vocês não começaram por essa opção? 

Bem, nesse caso, a gente ganha o direito de responder qualquer coisa que vier a mente. Então observem as possíveis respostas para os turistas:
1 - Resposta da "mulher da vida": Meu querido, me desculpe, mas é que nós só trabalhamos com carros de luxo, tipo Hilux ou acima disso... Grata pela sua atenção!
2 - Resposta da "mulher que pega ar": Seu palhaço, eu não quero nem olhar na sua cara, quanto mais fazer qualquer outra coisa com você! Vai dormir com a sua mãe!
3 - Resposta da "mulher preconceituosa": Se você queria isso, deveria ter ficado pela sua cidade mesmo, soube que por lá o negócio é bem mais fácil do que aqui.
Entretanto, nós ficamos com a resposta daquelas mulheres que estão acima desse tipo de gente:
Optamos pela indiferença ao ignorá-los, deixando eles para trás não só nesse sentido, mas no semáforo também. 

Referências:
* Indiferença: uma doença que mata. Luteranos. Disponível em http://www.luteranos.com.br/mensagem/2004_022.html

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Micareta de picareta

A Micareta, ou "Carnaval fora de época", é conhecida:
- Pelos Abadás: blusa que é a "dor de cabeça" das garotas. Não tem saída: é cortar, fazer seu modelo, costurar e amarrar. É um mau necessário, pois ninguém quer ir parecendo um saco de batatas;
- Pela grande quantidade de foliões suados: esse número pode variar de 7 pessoas/m² (quando ainda é possível respirar) para 15 pessoas/m² (quando as chances de morrer por asfixia e pisoteado aumentam em 77%);
- Pela música Axé: é tocada num volume tão alto, que se você estiver ao lado do carro (onde ficam as caixas de som) você precisa tapar os ouvidos literalmente;
- Pelos bêbados: eles bebem por duas razões básicas, a típica desculpa de "festa sem bebida não é festa", e encorajarem-se para beijar o máximo de meninas possíveis.
Isso nos leva ao principal motivo pelo qual as pessoas vão para a Micareta. Nas palavras de Cláudia Leitte:
"Eu ando muito a fim de experimentar, meter o pé na jaca sem ter que me preocupar. Eu quero mais, mais, mais, mais... Eu quero mais é beijar na boca! Eu quero mais é beijar na boca! Eu quero mais é beijar na boca! E ser feliz daqui pra frente... pra sempre".
Sim, a Micareta é especialmente conhecida como o dia do ano em que você vai "sair da seca", oportunidade para beijar é o que não falta.

Nesse ano, pela primeira vez na minha vida, decidi participar de uma Micareta, fomos eu, meu amigo Vinicius, minha amiga Deyse e seu namorado Thomas. Os números não mentem, eu fui no último dia e no último bloco da Micareta (e ainda cheguei atrasada) e 22 caras tentaram me beijar, desconsiderando os olhares perigosos.

Foto por Juliana Coutinho

Desses 22 caras que tentaram me beijar, surgiram algumas pérolas, pérolas que me fizeram lembrar do termo "picareta" que, "No jargão popular brasileiro, esta palavra também é empregada para designar pessoas que executam serviços sem pleno conhecimento profissional para tanto, resultando, frequentemente, em trabalhos de qualidade questionável também conhecidos por "picaretagem" *. Ou seja, meus caros 22 foliões, as cantadas e tentativas de executar o "serviço" de vocês foram sem nenhum conhecimento profissional, gerando atos e frases de qualidade questionável conhecidos por "picaretagem".

Ao chegar na Micareta entreguei meu ingresso, passei pela catraca e, por último, passei pela revista. Dei 3 passos para frente, e aconteceu a "abordagem" mais rápida da história:
- E aí belezinhaaa???
Apenas olhei para frente como quem procura alguém.
- Vixe, você tá com namorado? Me desculpa!
Ufa... Essa foi por pouco, quase comprovei que na Micareta ninguém é de ninguém mesmo! A "lenda" da Micareta é dizer que a galera vai te forçar a beijar, confesso que existem diversas tentativas e diferentes táticas, mas isso não significa que vão pegar no seu pescoço e tentar te asfixiar. Minto, vão sim, aconteceu comigo.
Foi assustador quando um picareta agarrou meu pescoço de lado e apertou minha garganta. Por sorte, Vinicius estava por perto, e consegui pegar na mão dele antes que algo pior acontecesse.
- Que foi Vanessa?
No mesmo segundo voltei a respirar. Ficamos pensando que aquela atitude só poderia significar duas coisas, ou ele era um psicopata de Micaretas, ou aquilo era realmente uma nova tática para beijar.
Por falar em táticas, houveram aqueles que utilizaram a "tática do pedinte de beijos", que consiste apenas em estender a mão na direção de sua pretendida. Para cada picareta que me apareceu com essa tática, receberam um cumprimento ou um famoso "toca aqui"! Um deles até ensaiou uma cara de choro que era de dar pena... para os outros picaretas obviamente.
São essas coisas que às vezes te fazem ficar com uma cara fechada, e principalmente com um pé atrás com aqueles que você não conhece.
- Vamos dançar?
- Não quero dançar não.
- Como é que você vem pra cá... Paga caro pra tá num bloco desse... Pra ficar assim... Com essa cara de emburrada?
- Eu tô com cara de emburrada?

- Tá sim!
- É? Como tá a minha cara? Ele fez algo mais ou menos assim.
E no mesmo instante eu tive que sorrir, quem diria, um picareta me dando uma lição.

- E agora? Melhorou?
- Melhorou bastante!
Depois disso comecei a interagir com as pessoas a minha volta da maneira mais lógica, com a música que tocava. As músicas sempre ajudam os picaretas a concretizarem a picaretagem:
- "E aí? Chupa todaaa!"
- "Disse toda!"
Sim, respondi a música que o picareta cantava na intenção de não ser mais a emburrada, mas respondi a pior música que alguém poderia responder numa Micareta. O amigo dele logo percebeu:
- Ei doido! Ela disse "toda"! 
O próprio picareta cortou o barato: 
- É da uva que você tá falando? 
- Lógico que é da uva! 
Você achou que era o quê? Da minha boca? Da sua boca? Não mesmo! 
Com certeza "Tchau, I Have To Go Now" foi a minha música favorita na Micareta, ela tocou cerca de 4 vezes e foram os momentos mais fáceis para dispensar os picaretas: 
- Tchau, I Have to go now, I have to go now, tchau! 
Nem mesmo o namorado de Deyse escapou dos picaretas: 
- Oiii! Como é o seu nome linda? 
- Deyse... 
- E esse bofe? 
- Thomas, e é namorado da DEYSE! 
- Aiii, já quero! 
Depois de tamanha aventura, resolvemos comer e fazer um balanço da noite, nós, e é claro, os micareteiros da mesa vizinha a nossa: 
- Cara, só sei que quando eu beijava a menina, eu passava a língua em todos os dentes pra ver se tava tudo lá mesmo! 
É, nem psicopata e nem nova tática, mas não custava nada o picareta que agarrou meu pescoço perguntar se eu era banguela. 

Referências:
* Picareta. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Picareta

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Matuto, matuta, noivo, noiva ou padre?

Basicamente, numa festa de São João convencional, existem cinco tipos de personagens fundamentais:
Os matutos: que são os homens com chapéu de palha, blusa quadriculada, calça jeans e bigode pintado, caso não possuam bigode de verdade.
As matutas: que são as mulheres com vestidos coloridos, tranças no cabelo e pintinhas no rosto.
O noivo: que quase sempre é um matuto, só que um pouco mais arrumado que o matuto típico. Muita vezes, a diferença está apenas no fato de que eles colocam um paletó por cima da roupa de matuto.
A noiva: que, obviamente, estará vestida de branco com véu na cabeça e pintinhas no rosto assim como as matutas.
E o padre: que vai de batina marrom ou preta e torna possível o casamento do noivo com a noiva.
A partir dessas descrições, eu faço a seguinte pergunta: Se você quisesse se dar bem, beijar muitos matutos ou muitas matutas que vão para a noite da festa de São João, qual destes trajes você escolheria para vestir-se?
É quase certo que aqueles que vão de noivo ou noiva já tem o seu par predeterminado, pois afinal de contas, eles irão casar. Os casais de namorados são mestres em irem fantasiados de noivo e noiva, até porque já fica expresso "Tenho compromisso com alguém".
O padre, coitado, sua função é a de casar os noivos e sair juntando casais durante a festa de São João. Fora o fato de que o seu traje, a batina, é a menos convidativa e atrativa para os que ali estão.
Então, pela lógica, só te restou ir de matuto ou matuta para se dar bem, não é mesmo? Errado!
Tomei um susto quando vi meu amigo, Benjamin Otávio, vestir-se de padre minutos antes de entrarmos em um São João. Eu, particularmente, sempre fui de matuta, e ao contrário das minhas amigas que iam vestidas de noivas, sempre era mais cantada por conta do traje.
Porém, Benjamin Otávio me provou o contrário: ser padre chama mais fiéis para "sua Igreja" do que matutos para minha quadrilha. Isso ficou evidente com as cantadas que ele recebeu no São João, não só dessa festa, como de outras festas de São João também desse ano.
Preciso dizer que, logo na entrada, todos já olhavam para ele. Claro, além de bonito, ele também chamava a atenção por ser o único padre da festa. Daí então, só foi cantada em cima de cantada, mas as que ficaram guardadas são justamente aquelas que se relacionavam ao fato dele "ser um padre".
Ao ir comprar cerveja, uma menina que estava comprando um selinho na Barraca do Beijo para ela, foi pega de surpresa ao ver a amiga roubar o beijo que ela havia comprado. Ao olhar para o lado, viu Benjamin com sua batina. Triste por ter perdido o beijo e sem vergonha nenhuma, ela perguntou:
- Onde você alugou essa roupa não tinha roupa de freira também não, para eu entrar no seu convento?
A festa continuou, e outra moça que olhava para ele, acabou pegando na batina dele. Ela era meio desprovida de beleza física, então, para se safar daquela situação, ele disse:
- Pegou na batina casou minha filha!
- Ai é? E se eu quiser casar com o padre?
- Sou celibatário!
O sucesso foi tanto que ele repetiu a dose, vestiu-se de padre em outra festa de São João. Por coincidência acabou recebendo a mesma cantada, dessa vez era de uma bela moça:
- E se eu quiser casar com o padre?
- O padre só pode dar um selinho minha filha! E um selinho pode!
- Então tá, né?
E ainda teve matuto que sentiu inveja desse sucesso todo, e para não ficar por baixo soltou:
- Ah, eu também vou já é me vestir de padre!
- Pois a gente vai ter que disputar nessa paróquia quem tem mais fiéis!
Outro matuto tentou amenizar o "clima hostil":
- Eu acho que os padres que é que vão se resolver.
E para não ficar por baixo também, Benjamin disse:
- Pois mais tarde, meia-noite, você me encontre atrás da Igreja que a gente se resolve bem direitinho!
E agora? Matuto, matuta, noivo, noiva ou padre no próximo São João?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Acessório indispensável

Deyse havia acabado um namoro sério e de longa data quando resolvemos jantar com a minha avó, Dona Laura. Naquela conversa toda, tanto eu como Deyse, desabafamos sobre os finais de relacionamentos.
Minha avó, muito sábia, tentava dizer coisas que pudessem fazer com que Deyse se sentisse melhor. E para que ela não se preocupasse, deixou claro:
- Olhe, nem se preocupe, o que tiver que ser, será. Se for para vocês ficarem juntos, vocês irão se reencontrar futuramente. E caso não deva ser assim, é porque tem coisa melhor vindo por aí, e um dia você conhecerá alguém que te faça mais feliz.
Conversa vai, conversa vem, acabamos passando do tema "finais de relacionamentos" para "começos de novos relacionamentos". Ela dizia que, na nossa idade:
- Vocês não devem se preocupar com essas coisas de romances duradouros, não adianta, as coisas sempre acabam ocorrendo do jeito que elas devem ser, mesmo que nós não saibamos qual jeito é esse.
E não satisfeita em deixar essas palavras soltas no ar, ela acabou citando um exemplo de "como as coisas acontecem do jeito que tem que acontecer", onde o mesmo exemplo era uma dica para arrumar paqueras.
- Mas olha, se vocês querem mesmo saber, contarei o meu segredo para que vocês arrumem alguns paqueras. Só para terem uma distração mesmo.
E finalmente, depois de muito mistério, ela nos contou "o segredo" para se conseguir um paquera, e mais, como fazer para vê-lo novamente!
- O segredo é sempre andar com uma pulseirinha!
Não, não, não é uma pulseirinha da sorte que traz a pessoa amada não. Pelo contrário, ela vai até a pessoa amada! Tá, tá, eu sei que ficou difícil de entender, então vamos ao início da história que ela nos contou.
Minha avó estava num baile de Carnaval, onde ela viu um rapaz muito bonito que por sorte, ou destino, a convidou para dançar. A noite seguiu maravilhosamente bem, e minha avó, muito esperta, queria que outros dias assim vinhessem, mesmo que estes não fossem para sempre.
Não quis abusar da sorte, que já tinha proporcionado uma dança com esse rapaz bonito e interessante, então, já tendo gastado a sua cota de sorte naquela noite de Carnaval, ela decidiu agir. Sem que ele percebesse, tirou a pulseira que estava usando e jogou-a no bolso da camisa dele enquanto dançavam, era como se isso fosse uma garantia de que ela o veria novamente para devolver a pulseira. E se realmente fosse para ser assim, assim seria.
No dia seguinte, minha avó acordou toda sorridente. A moça que trabalhava em sua casa logo percebeu e perguntou o porquê daquele sorriso.
- Por nada, apenas receberei uma visita hoje. Daniel vai passar aqui.
- Daniel? Como você sabe que um rapaz chamado Daniel vem aqui hoje?
- Espere, você verá.
Não passou muito tempo, e alguém bateu palmas no portão de sua casa. Era ele, Daniel.
- Olá, eu vim devolver uma pulseirinha que a Laura esqueceu comigo.
O "devolver a pulseirinha" de Daniel para Laura dura há quase 60 anos, 60 anos de muitas diferenças, mas principalmente, 60 anos de amor verdadeiro. Ou seja, Daniel se tornou meu avô, quer dizer, eu me tornei neta de Daniel e Laura.
Logo depois, fiquei a pensar com Deyse. Hoje em dia, algumas garotas da nossa idade, não esquecem suas pulseiras, e sim a calcinha dentro do carro de seus ficantes. E, diferentemente da pulseirinha da minha avó, as calcinhas muito dificilmente voltam, e servem até mesmo como troféu para alguns garotos.
Se você não é adepta das calcinhas esquecidas dentro do carro, terá que andar com muitas pulseirinhas e escolher bem no bolso de quem você vai jogá-las, para ver se pelo menos uma delas volta.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A bolha virtual

Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo, mais precisamente aqueles que cursaram a disciplina de Psicologia Ambiental ou outra equivalente a mesma, sabem bem o que é uma bolha virtual.
A bolha virtual também não é algo totalmente fixo, dependendo da situação e do local ela pode se tornar maior ou menor, ou seja, o tempo inteiro estamos numa espécie de bolha imaginária inconsciente, e dependendo da pessoa e do local essa bolha modifica seu tamanho.
Por exemplo: A bolha virtual que tenho com um amigo íntimo com certeza será bem menor do que a bolha que tenho com um simples colega de faculdade. Então, se eu me sentasse num banco entre essas duas pessoas, com certeza ficaria mais próxima do meu amigo íntimo do que do meu simples colega de faculdade e me sentiria mais confortável com esta situação.
Outro exemplo: A bolha virtual que tenho com meu namorado é... Não, quer dizer, esqueçam. No caso dos namorados a bolha acaba estourando com um determinado tempo de namoro... Ou não.
Enfim, a maneira como você se comporta e se mantém a uma determinada distância de alguém, depende do tamanho da sua bolha virtual.
Nos relacionamentos isso não é diferente. Quantas vezes você já não deve ter se sentido invadido pela maneira como alguém abordou "seu espaço"? Seja com alguém puxando você para perto, se metendo na sua frente ou tentando te beijar à força, em todas essas situações a pessoa passou dos limites, ou seja, ele rompeu sua bolha virtual.
Embora muitos caras já tenham invadido a minha bolha virtual, uma situação em especial me fez lembrar de todo o conhecimento que eu tinha a cerca de bolhas virtuais. 

Numa calourada, onde a grande maioria das pessoas eram estudantes de Arquitetura e Urbanismo, um estudante sentou-se ao meu lado e começou a "puxar" conversa. Era uma conversa meio sem sentido, ao mesmo tempo em que me perguntava que bandas eu gostava de escutar, ele fazia a perguntas como:
- Pois é, então, você estagia?
- Sim, no momento estou estagiando.
- Ah tá, eu perguntei porque senão te chamava para estagiar no escritório comigo.
Eu não sei se isso teve um duplo sentido, porém é muito estranho que um cara que me conhece há exatos 3 minutos me ofereça um estágio, onde eu poderia ser uma louca psicopata ou uma estudante vagal que não daria rendimento nenhum ao seu escritório.
E o que faltava para uma conversa estranha? Claro, um ato estranho. Foi então que aos 5 minutos e 34 segundos de conversa o indivíduo começou a aproximar o nariz dos meus ombros e rosto. Não entendi muito bem, mas aquilo ali na minha definição é "fungar". É isso mesmo, ele estava me cheirando, e mesmo eu me afastando ele continuava próximo, não parecia que estava tentando me beijar e sim me cheirar.
Eu, que já estava incomodada, pensei na mesma hora: "Esse cara tá invadindo minha bolha!". Então eu pensei que, se ele fazia Arquitetura, eu poderia claramente dizer isto e ele entenderia sem eu me passar por grosseira.
- É... Tipo assim... Você tá invadindo minha bolha.
- Quê?
- Você tá invadindo a minha bolha.
- Ãn?
- A bolha...
Ao mesmo tempo em que falava, eu movimentava os meus braços tentando delimitar a minha bolha virtual para que ele a visse ou pelo menos entendesse. Surpresa fiquei, pois ele não entendeu e ainda me olhou com uma cara de quem pensa: "Meu, que maconha estragada foi essa que tu fumou?". E quando falei "bolha" pela última vez, ele disse:
- Falou.
Fiquei sentada, vendo ele ir embora, me sentindo uma idiota e me perguntando: "Será que eu era a única pessoa ali que sabia o que era uma bolha virtual?". 

Referências:
* Definição de bolha virtual. Cultkitsch. Disponível em http://www.cultkitsch.org/ciencia/psicologia/psicologia_ambiental_files/psicologia_ambiental.htm
* BARBERI, Massimo. Psicologia de elevador. Mente e Cérebro. Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/psicologia_de_elevador_imprimir.html

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quadrilha

Acho que praticamente todas as pessoas já devem ter lido ou ouvido falar naquele famoso poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade. 

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história." 

Desde que nos entendemos por gente sempre estamos nos agrupando, formando e entrando para grupos que possuam os mesmos interesses ou, pelo menos, afinidades entre os integrantes do mesmo. Isso acaba gerando a famosa "panelinha", e a época em que a "panelinha" é percebida de maneira mais evidente é no tempo em que estamos no colégio. Um exemplo bem evidente da "panelinha" está nos lanches na hora do recreio, ou nos lugares aonde nos sentávamos na sala de aula.
Pois bem, são nessas "panelinhas" que você pode encontrar a famosa "quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade.
Esse negócio de fulano que ama cicrano que ama beltrano é algo muito comum nesse tempo de colégio, é justamente a época em que menos somos correspondidos amorosamente. Lembrei-me dos meus tempos de colégio, mais ou menos há uns 6 anos atrás, pensei em todos os namoros, casos, traições, ficas e relações amorosas que aconteceram na "panelinha" dos meus amigos. Acabei montando a "quadrilha da minha panelinha". É claro que, diferentemente dos poemas, onde tudo é lindo e as pessoas tem sentimentos sublimes como o amor, a "quadrilha da minha panelinha" se deu através de atos que estão na nossa realidade atualmente, como ficar, gostar, namorar, beijar, trair, etc. Isso resultou numa "quadrilha" muito mais complexa do que a de Carlos Drummond de Andrade e com finais semelhantes e diferentes para cada personagem.

Quadrilha
por Vanessa Assenav
"Deyse que namorava Ítalo que tinha uma relação de amor e ódio por Mônica
que desper
tava sentimentos em Jonas que ficou com Mara
que ficou com Dirceu que traiu Loana
que dispensou Jonanthan que ficou com Ellen
que namorou com Leandro que arrumou um namorado para Vanessa
que beijou Bernardo que ficou com Lúcia
que não gostava de ninguém.
Deyse teve mais três namorados, Ítalo foi para a Europa,
Jonas engordou, Mônica fez 5 anos de namoro,
Mara desapareceu, Dirceu também,
Loana foi para o convento, Jonanthan arranjou outros amigos,
Ellen foi para o Estados Unidos, Leandro namora com alguém que não tinha entrado na história
Vanessa ficou para tia, Bernardo namora duas meninas
e Lúcia continuou sem gostar de ninguém."
 


Aposto que deu vontade de montar sua própria "quadrilha" também.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Quando me tornei Vanessa Assenav

Esse post surgiu graças aos vários pedidos das pessoas para que eu explicasse a origem do nome Vanessa Assenav, e porque eu utilizava um nome falso quando me apresentava aos caras que conhecia na balada.
Se você pensou que era porque eu agarrava todos e não queria sujar o meu nome verdadeiro, se enganou, eu nem sequer beijei nenhum desses caras que me apresentei como Vanessa.
Minha amiga Ellen possui um nome meio incomum na vida real, então para ela não ter que repetir muitas vezes seu nome, ela simplesmente inventou um mais simples. Se o negócio fosse mais a frente, ela explicaria porque mentiu e a pessoa entenderia perfeitamente, ou não. Então eu pensei "Ah, vou criar um nome falso para mim também!".
Já sei, a minha amiga tinha uma razão, mas eu não tinha um nome incomum, então qual a razão de se ter um nome falso no meu caso? 


1 - Hoje em dia é muito fácil encontrar alguém pelo Orkut, e se você souber o nome, a cidade, e alguma outra informação adicional como profissão, ou colégio, ou o que está cursando, é quase certeza você achar essa pessoa. Pensando assim, eu não queria que ninguém me encontrasse, ainda mais se fosse um cara muito chato.

2 - Como eu estava saindo muito, seria comum ver sempre aquelas carinhas familiares que são vistas em todas as festas. Sendo assim, existiria a possibilidade de eu conhecer alguns deles, e provavelmente eles me chamariam pelo meu nome em outra festa, ou tentariam falar comigo, eu simplesmente diria:
- Eu Vanessa? Você está enganado. Gostaria de ver minha identidade?

3 - Caso o cara me achasse uma chata por ter dado um fora nele e fosse falar para outro amigo que não me conhecesse, ou me conhecesse, eu seria "aquela menina Vanessa chata". Ninguém saberia que sou eu de fato, pois meu nome não é Vanessa, e sempre que comentassem achariam que era outra pessoa. 

Mas por que Vanessa? E não Gabriela? Ou Sofia? Ou Amanda? Vanessa nem sequer parece com meu nome real!
A história começa numa das noites em que saí logo depois de ficar solteira. Ellen me levou para um "Luau" que tocava forró (isso mesmo, um Luau que tocava forró), o cara que ouviu meu nome falso pela primeira vez foi o mesmo cara do post "Quando ser mãe faz toda a diferença", e o que vocês não viram nesse post foi o momento em que me apresentei para ele. Quando ele perguntou meu nome tentei pensar rapidamente em um nome que fosse diferente e que ele pudesse esquecer logo, o primeiro nome que me veio a cabeça foi:
- Valéria, meu nome é Valéria.
Eu acho que isso talvez tenha se dado pelo fato de na época alguém ter me lembrado algo da novela Carrossel, eu tinha que pensar rápido, pois afinal de contas era "meu nome", ninguém responde o nome:
-Éééé... meu nome é... é... é Valéria!
Esse mesmo cara provou para mim que a razão número 2, pela qual eu criei um nome falso, se realiza. Numa outra festa ele me viu e ficou gritando:
- Valéria! Valériaaaaa!
Minhas amigas, que também tinham nomes falsos, não conseguiram se acostumar com o fato de me chamarem de "Val", e embora eu até gostasse do nome, elas me aconselharam:
- Poxa, esse nome é estranho, você devia escolher outro nome!
Pensando nisso, numa outra festa, quando perguntaram meu nome novamente eu quase respondi que era Valéria: 
- Vaaa... nessa! Vanessa! Meu nome é Vanessa!
Com a aprovação das minhas amigas surgiu Vanessa!
O Assenav veio depois, quando se referiam a mim era sempre como "a Vanessa do Meu Sopro", percebi então que existia a necessidade de se criar um sobrenome. Não consegui encontrar nenhum nome criativo, acabei indo pelo óbvio e coloquei o nome Vanessa ao contrário. A pronúncia me agradou e fiquei com o Vanessa Assenav. Aposto que deu vontade de ter um nome falso também, não?

Com o passar do tempo parei com esse negócio de me apresentar como Vanessa para as pessoas que eu conhecia nas baladas. Porém por aqui, nada mudou, prefiro continuar sendo conhecida por Vanessa Assenav.

sábado, 18 de abril de 2009

Acabou, mas não foi em vão

Quando eu e Thales acabamos continuamos nos falando e, devido aos amigos que tínhamos em comum, às vezes até nos encontrávamos. O problema era que nessas conversas e encontros sempre rolavam indiretas, ou diretas, vindas da parte dele. Foi como se tivéssemos regredido, com aquele velho jogo do "você quer ou não?".
Cansada disso, resolvi botar as cartas na mesa:
- Me diz uma coisa, qual é a tua? Qual o objetivo disso tudo?
Ele acabou sendo sincero, disse que ainda gostava de mim em todos os sentidos, incluindo como namorada, mas que não sabia o que pretendia com todas as indiretas e diretas.
- E você Vanessa, qual é a sua?
- Muda algo em sua vida saber qual é a minha?
E pasmem, ele disse que não mudaria em nada, que gostaria de saber apenas por curiosidade.
Sem pensar, e por estar chateada com o fato dele não saber o que pretendia, acabei por responder:
- Então você não precisa saber qual é a minha...
O arrependimento bateu logo após eu ter saído do carro, e no elevador de casa mesmo mandei uma mensagem: "É, não devia ter tocado no assunto, como você disse, não muda em nada. Mas só para 'matar sua curiosidade', eu também ainda gosto de você em todos os sentidos". Poderia ter sido um ótimo "final de filme" se uma semana não tivesse se passado e eu não tivesse ficado sem resposta.
Acabamos nos cruzando exatamente uma semana depois, e ele agiu como se nada houvesse acontecido, fiquei com a pulga atrás da orelha e acabei ligando:
- Oi!
- Oi!
- Vem cá Thales, você recebeu minha mensagem?
- É... Recebi...
- Você se deu ao trabalho de responder?
- É... Não...
- Posso considerar sua atitude como um "Vanessa, desisti de você"?
- Talvez...
- Sim ou não?
- Talvez...
- Eu quero uma resposta agora, sim ou não?
- Sendo assim, e tendo que dar uma resposta agora, então foi, eu desisti.
- Ok, era só isso que eu queria saber. Um beijo, tchau.
- Outro, tchau.
Um minuto depois, recebo uma ligação de volta.
- Alô?
- Você não vai ficar com raiva de mim né?
- Thales, dá vontade de "chorar de raiva" por causa da situação pela qual você me fez passar nos últimos meses. Faz 3 meses que a gente acabou, faz 3 meses que você fica com diretas, indiretas e brincadeiras.
- Eu faço brincadeiras com todas as minhas amigas.
- É mesmo? Você diz para todas as suas amigas que sente saudades delas, que ligou apenas para ouvir a voz delas, que elas são seu presente, passado e futuro, e ainda diz que gosta delas em todos os sentidos?
- Não faço, pois haviam coisas que eu FAZIA com você que eram diferentes.
- Fazia? Há uma semana atrás você fez.
- É, fazia, não faço mais.
- Eu realmente não consigo entender a lógica do nosso relacionamento. Como duas pessoas se gostam e não conseguem ficar juntas?
- Não gosto mais de você como antes.
- Como assim? Há uma semana atrás você disse: "Eu gosto de você em todos os sentidos", e agora vem me dizer que mudou?
- Sim, mudou.
- Muito bom, muito bom saber que seus sentimentos mudam em uma semana, ainda mais quando no mesmo dia você soube por uma mensagem que eu sentia o mesmo.
Não me lembro de detalhes e nem de toda a conversa, lembro apenas que ele sentiu-se mal, pediu desculpas, tentou justificar algumas coisas como "erros de comunicação". E por último demonstrou preocupação com o meu estado:
- Você não vai chorar né?
E eu, querendo "vingança" por esse tempo todo, disse:
- Não vou, não se preocupe não, em uma semana eu te esqueço também.
Pronto, essa é a parte em que vocês aconselham: "Vanessa, nunca mais fale com esse louco que não sabe o que quer!" ou "Vanessa, menina você pulou foi uma fogueira alta!".
Apesar dessa história de "loucos", a verdade sobre Thales ainda está por vir. Nos falamos novamente mais ou menos um mês depois. Agradeci a ele, sim eu agradeci o Thales, não pelo último acontecimento, claro, mas por ele ter feito a diferença em minha vida. O Thales apareceu em uma época ruim para mim, eu já não acreditava mais nos outros e nem nos meus sentimentos. Ele me trouxe novamente a empolgação da conquista, a dúvida de ser desejada ou não e a ansiedade do primeiro beijo. Ele me fez perceber o quão linda eu era, que eu poderia gostar de outras pessoas e que isso poderia ser recíproco. Me acolheu quando chorei, me entendeu quando precisei, e tentou quando eu quis desistir. Fiz questão que ele soubesse de todas as coisas as quais eu era grata. 

O tempo passou e hoje, apesar da distância, somos amigos. Não me arrependo das coisas que vivemos juntos, teria feito tudo novamente. O Thales além de cumprir um papel no Meu Sopro, cumpriu e cumpre um papel em minha vida, o qual só eu sei o quanto importa.

domingo, 1 de março de 2009

A evolução nos relacionamentos

Evolução: "Do Lat. evolutiones. f., acto ou efeito de evolver-se; passagem lenta e gradual de uma a outra forma estável; desenvolvimento progressivo de uma ideia; teoria biológica que admite a transformação progressiva das espécies; crescimento sucessivo; mudança." *
A evolução é uma coisa engraçada, ela está presente em tudo, não só na evolução física da espécie humana como também naquilo que faz parte das nossas vidas.

Foi com uma história da minha amiga Vitória que pude perceber as fases na evolução de um relacionamento. Antigamente as mulheres eram praticamente prometidas para seus futuros maridos, eram casamentos arranjados pela família, que, em alguns casos, o casal nem chegava a namorar. Nesse tempo, o noivado e o casamento eram as 2 fases distintas e necessárias para que duas pessoas começassem uma vida a dois.
Com o tempo, os casamentos continuaram sendo arranjados, mas pelo menos os casais passaram a namorar e se conhecer melhor. Embora fosse aquele namoro de mãos dadas e sentado no sofá da casa na frente dos pais, às vezes ainda rolava um beijinho, outros casais até conseguiam escapar e ganhar algo mais. Nesse tempo já temos 3 fases distintas: o namoro, o noivado e o casamento.
Essas três fases permaneceram durante muito tempo como as únicas fases nos relacionamentos. Porém, ocorreu que as pessoas começaram a querer "experimentar" ou fazer um "test drive" nas outras pessoas antes de realmente assumir um compromisso, pois namorar era o primeiro passo para que os casais viessem a noivar para se casar. Diante disto, surgiu o "fica", o fica consiste em conhecer alguém, sentir atração por esse alguém e agir como um casal que namora, mas tudo isso com um prazo de validade de uma noite, às vezes até só uma hora ou menos. A vantagem do fica é o fato de você estar disponível para ficar com outras pessoas sem a culpa da traição e sem ter que dar explicações para onde vai e com quem vai. Quando o fica vai bem, o casal vai ficando até decidir começar um namoro. Nesse tempo surgem 4 fases distintas: o fica, o namoro, o noivado e o casamento.
Com o passar do tempo, tornou-se comum que as pessoas ficassem, depois namorassem, depois noivassem e finalmente casassem. Contudo, o casamento era algo que necessitava dinheiro, e alguns tinham a pressa de querer se conhecer no dia-a-dia. Passaram então a simplesmente morar juntos, ou seja, passaram a se amancebar, tendo assim uma amostra de como seria a vida a dois caso resolvessem se casar. Ao se conquistar uma condição financeira boa estes se casam, ou não. Observem que agora são 5 fases distintas: o fica, o namoro, o noivado, o amancebamento e o casamento.

Sinceramente, com tantas fases criadas durante todo esse tempo eu não achei que pudessem criar uma nova fase. Vitória vivenciou essa nova fase, cujo o criador a denominou de "ficar direitinho". Ela já vinha ficando com um cara fazia algum tempo, naturalmente, e é o que chamo de "evolução nos relacionamentos", eles começaram a tocar em assuntos que envolviam a fase do namoro. Um dia ele disse:
- Então, eu gosto muito de você e tal. A gente bem que podia "ficar direitinho".
- E o que é ficar direitinho pra você?
- Ficar direitinho é namorar.
Pois bem, um dia eles acabaram decidindo:
- Vamos ficar direitinho então.
Ela, muito discreta, contou somente para os amigos mais próximos que estava namorando. Alguns dias depois ela me disse que algo muito estranho havia acontecido. Vitória havia deixado de ir para uma festa por algum motivo pelo qual não lembro mais, no entanto suas amigas e seu namorado foram. Quando elas se encontraram com ele perguntaram:
- Cadê tua namorada?
- Namorada?
- É, você não tá namorando?
- Não, não tô não.
A amiga de Vitória, achando estranho o diálogo, disse:
- Vem cá, você não viu a Vitória sexta, sábado e domingo?
- Vi sim.
- Pra mim isso é namorar.
A história acabou chegando aos ouvidos de Vitória, o que fez com que ela começasse a agir de maneira estranha com seu "namorado". Ele passou a noite tentando descobrir porque ela estava esquisita, e ela, que simplesmente odeia coisas mal resolvidas, contou a história que havia escutado de suas amigas. Logo em seguida, perguntou:
- Eu não tô entendendo, pra mim você diz uma coisa e para os outros diz outra. Você disse que queria ficar direitinho e eu aceitei, agora diz por aí que a gente não tá namorando.
- Ah, é que ficar direitinho é continuar ficando, mas só eu e você, sem ficar com mais ninguém.
- Não existe isso, é sem sentido, ou você fica ou você namora. Ficar você é livre pra ficar com quem quiser e fazer o que quiser, namorar já é algo sério e fiel, sem mais ninguém. Sendo assim, qual é a vantagem de ficar direitinho?
Confesso que na hora em que Vitória me contou a história eu pensei exatamente a mesma coisa que ela. Concluí que como antigamente a palavra "casamento" pesava na cabeça deles, hoje em dia é a palavra "namoro" que pesa e dá sentimento de prisão temporária.
Ela continuou:
- E além disso, o que você disse que era ficar direitinho pra mim?
- Disse que era namorar.
- Sendo assim, você acha que eu acreditava que estávamos o quê?
Ou seja, o cara queria namorar com ela, mas no final das contas pareceu que era ela quem queria namorar com ele e saiu espalhando isso para as pessoas. Imaginem o quanto ela não ficou chateada, principalmente porque a Vitória é do tipo que odeia que as pessoas pensem algo dela que não seja realmente aquilo que ela pretendia.
Atualmente, Vitória está na fase do namoro com ele, apesar desse desentendimento, o fica direitinho acabou servindo para eles finalmente decidirem o que ambos queriam.

Nós, como jovens modernos que somos, fiquemos por dentro das 6 fases distintas de um relacionamento do nosso tempo: o fica, o fica direitinho, o namoro, o noivado, o amancebamento e o casamento. 

Referências:
* Definição de evolução. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"Tá de portas abertas pra mode a gente se amar..."

Não adianta, é regra, todo casal sempre tem um lugar especial. Não acredita? Bem, se você diz que não tem ou acha que não tem um lugar especial, espere só até o dia em que vocês terminarem, em breve você passará por esse lugar e involuntariamente lembrará daquela pessoa e se dará conta de aquele era "O lugar" de vocês. Esse lugar geralmente está marcado por algum acontecimento que vocês dois realizaram juntos. Em alguns casos, foi lá aonde vocês deram o primeiro beijo, ou dançaram pela primeira vez, ou cruzaram os olhares pela primeira vez, ou o lugar aonde vocês se conheceram, ou muitos outros acontecimentos em particular.
No mundo ideal, dos filmes e dos sonhos, esse lugar sempre é um lugar "mágico", ou clichê, como uma praça de jardins verdes, um parque ensolarado, ou uma praia ao entardecer. Alguns casais tem a sorte de ter um lugar como no mundo ideal, as chances aumentam quando um dos envolvidos planeja a situação:
"Hum, vou beijá-lo pela primeira vez na praia onde nos conhecemos."
"É, vou pedi-la em casamento no nosso futuro apartamento."
 


Vocês lembram do Thales? Como não poderia ser diferente, nós também tivemos um lugar onde realizamos as coisas especiais de um casal, e se vocês lembrarem da primeira história que contei sobre ele, ficará fácil adivinhar qual lugar foi esse. Foi nessa história que contei exatamente a primeira situação especial de um casal: a declaração.
Eu diria até que talvez algumas pessoas se identificarão com esse local, não é o local mais romântico do mundo, mas com certeza te leva aos locais mais românticos. Ficou fácil não? Se você pensou o carro, acertou! 

"- Me encontro na mesma situação que você me descreveu hoje, gosto de você como você gosta de mim, senão mais...
'Esta é a hora, flutuando na lagoa (no meu caso, dirigindo no carro)
Veja só que hora boa, não perca esta chance...'" 

E se vocês lembrarem bem da história, a primeira demonstração de afeto dele por mim, veio com o carro também, com a escolta que ele me fez. 

"O primeiro motivo foi uma 'escolta' que ele fez no próprio dia da festa até minha casa, segundo ele eu deveria ir ao grupo como uma forma de agradecimento pela sua gentileza."

E quem disse que a história do carro parou por aí? Na semana seguinte após a declaração, nós demos o primeiro beijo, e adivinhem aonde foi? Lógico... no carro! E não demorou muito para que o pedido de namoro viesse, e acreditem... foi no carro também!
Com o tempo, as pessoas começaram a perceber que nosso namoro só andava quando a gente andava... no carro! Era como se o carro tivesse poderes mágicos, que sempre renovava o namoro e nos unia mais.
As piadas começaram a surgir, Thales e eu brincávamos que se um dia aquele carro fosse vendido, ou trocado por outro, nosso namoro provavelmente acabaria. E quem achou que era uma piada interna, que somente nós fazíamos, se enganou. Certa vez, Deyse e outro amigo meu se perguntaram se eu e Thales estaríamos bem, e um deles acabou soltando a piada que os fez rir muito:
- Devem estar bem, soube que eles saíram no carro ontem.
O próprio Thales utilizava o carro para ficar mais tempo comigo, quando ia me deixar em casa sempre desacelerava ou até mesmo acabava dando voltas no quarteirão:
- Porque você tá indo tão devagar?
- Pra ficar mais tempo contigo...
Como todo casal, nosso namoro começou a ter pequenos problemas e nós discutimos a relação... no carro! E era incrível como tudo ficava bem depois que conversávamos lá. Fazer as pazes então, nem se fala, o carro já era profissional nisso. E se a gente pensasse em acabar o namoro, o carro dava todo o clima para isso não acontecer, e acabávamos... por namorar lá mesmo.
O tempo passou e o relacionamento não vingou... E nós acabamos... Não, não foi no carro! Eu disse que ele tinha poderes mágicos para unir as pessoas, não desunir! Provavelmente se tivéssemos tido a conversa do término no carro, nós ainda estaríamos juntos. Daí provavelmente ele teria me pedido em casamento no carro, ou mais, nós teríamos nos casado no carro, com direito a lua de mel lá mesmo, ou pelo menos ir para a lua de mel nele mesmo.
Hoje, Thales aluga o carro para os casais que precisam de um "empurrãozinho" no relacionamento. Brincadeira né, mas não é uma boa idéia?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

10 motivos para não te beijar

Ellen e eu estávamos numa boate, já era fim de noite, quer dizer, na verdade era início de manhã, sendo mais precisa eram umas 6hs da manhã. Para a surpresa da Ellen um cara sentou ao seu lado e começou a babar nas cochas dela, literalmente falando. Ele deitou por cima das pernas dela e não parou de cantá-la.
Nessas horas a gente se pergunta aonde está a pessoa que veio acompanhando esse cara. E para que a gente pergunta? Não demorou muito, e lá estava o amigo dele, que acabou por sentar ao meu lado.
- Oi, sou Márcio, prazer, você é...
Quando alguém se apresenta para você na intenção de ter algo mais do que uma simples conversa, no seu subconsciente você faz uma lista de motivos pelos quais você não ficaria com aquele cara, não necessariamente na ordem em que elas vem. Geralmente começa por um simples motivo.

1° motivo: Eu não quero.
- Vanessa.
- Hum... Vanessaaa...
Ele deu uma longa pausa no meu nome, na certa deveria estar pensando na próxima coisa que ele diria para me "encantar" com a pessoa dele.
- Você parece uma bonequinha sabia?
- Bonequinha?
- É.
2° motivo: Você me chamou de bonequinha.
- Acho que nunca me chamaram disso.
- Não? E o dizem que você é?
- Que sou bonita, linda...

3° motivo: Sou areia demais para o seu caminhão.
- É, realmente, é uma bonequinha muito linda.
- Obrigado. Mas... Por que bonequinha?
A curiosidade que tive foi mais forte do que a vontade de expulsá-lo.
- Não sei, deve ser por causa do seu cabelo cacheado.
Alguém já percebeu que o fato de se ter cabelos cacheados são sempre uma razão, ou uma desculpa, para a aproximação de algumas pessoas? Nessas horas eu penso seriamente em alisar o cabelo.
Minha amiga Ellen, que já estava cansada do amigo dele, tentou desviar a atenção do cara que falava comigo, acho que até querendo "me salvar". Ela disse:
- Ei, ela tem namorado.
Ele fez de conta que não ouviu. Então ela disse outra coisa:
- Ei, teu olho é lindo.
Só para matar a curiosidade dos leitores, os olhos dele eram azuis.
- Obrigado, mas eu queria que a bonequinha achasse isso também.
- Ok, seus OLHOS são bonitos.
Eu falei OLHOS, tá? OLHOS! Satisfeito? Pronto, já fiz o que você queria, agora pode ir embora.
4° motivo: Seus olhos são bonitos, mas você é feio.
- Ai bonequinhaaa... Fica comigo?
Se ele ainda não havia percebido a maneira desanimada com a qual eu falava, então era porque outro motivo não havia ficado claro.
5° motivo: Não estou com a mínima vontade.
- Não.
- Por que não?
Tá certo, eu poderia fazer uma lista de motivos, a qual eu até já comecei no meu subconsciente, mas nesse momento os motivos conscientes vieram na minha cabeça:
6° motivo: Eu gosto de outra pessoa.
7° motivo: Eu estou pensando nessa outra pessoa agora mesmo, nesse exato minuto em que conversamos.
O 8° motivo, e com certeza o mais importante, foi o que eu realmente acabei por dizer:
- A bonequinha aqui já tem um bonequinho.
8° motivo: Eu tenho namorado.
- E aonde tá o bonequinho da bonequinha?
Tipo assim, é da sua conta?
- Em casa dormindo, ou talvez acordando agora para ir trabalhar.
- E ele sabe que você tá aqui?
- Sabe, na verdade, foi ele mesmo quem me deixou aqui. Eu saí para jantar com ele e logo em seguida ele me deixou aqui para passar a noite com minhas amigas.
- E que espécie de namorado é esse que te deixa sair só?
Da espécie "eu confio na minha namorada", já ouviu falar?
- Ele confia em mim.
- Ahhh bonequinha, ele não tá aqui, fica comigo...
Isso me leva a te dizer o 9° motivo pelo qual não fico com você.
- A bonequinha aqui é fiel ao bonequinho dela.
9° motivo: Eu sou fiel ao meu namorado.
- Bonequinha, eu também sou! Sou fiel a você!
E eu só pude fazer uma coisa, me levantar para ir embora.
10° motivo: Porque eu não tenho pena de ninguém.
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