segunda-feira, 22 de junho de 2009

A bolha virtual

Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo, mais precisamente aqueles que cursaram a disciplina de Psicologia Ambiental ou outra equivalente a mesma, sabem bem o que é uma bolha virtual.
A bolha virtual também não é algo totalmente fixo, dependendo da situação e do local ela pode se tornar maior ou menor, ou seja, o tempo inteiro estamos numa espécie de bolha imaginária inconsciente, e dependendo da pessoa e do local essa bolha modifica seu tamanho.
Por exemplo: A bolha virtual que tenho com um amigo íntimo com certeza será bem menor do que a bolha que tenho com um simples colega de faculdade. Então, se eu me sentasse num banco entre essas duas pessoas, com certeza ficaria mais próxima do meu amigo íntimo do que do meu simples colega de faculdade e me sentiria mais confortável com esta situação.
Outro exemplo: A bolha virtual que tenho com meu namorado é... Não, quer dizer, esqueçam. No caso dos namorados a bolha acaba estourando com um determinado tempo de namoro... Ou não.
Enfim, a maneira como você se comporta e se mantém a uma determinada distância de alguém, depende do tamanho da sua bolha virtual.
Nos relacionamentos isso não é diferente. Quantas vezes você já não deve ter se sentido invadido pela maneira como alguém abordou "seu espaço"? Seja com alguém puxando você para perto, se metendo na sua frente ou tentando te beijar à força, em todas essas situações a pessoa passou dos limites, ou seja, ele rompeu sua bolha virtual.
Embora muitos caras já tenham invadido a minha bolha virtual, uma situação em especial me fez lembrar de todo o conhecimento que eu tinha a cerca de bolhas virtuais. 

Numa calourada, onde a grande maioria das pessoas eram estudantes de Arquitetura e Urbanismo, um estudante sentou-se ao meu lado e começou a "puxar" conversa. Era uma conversa meio sem sentido, ao mesmo tempo em que me perguntava que bandas eu gostava de escutar, ele fazia a perguntas como:
- Pois é, então, você estagia?
- Sim, no momento estou estagiando.
- Ah tá, eu perguntei porque senão te chamava para estagiar no escritório comigo.
Eu não sei se isso teve um duplo sentido, porém é muito estranho que um cara que me conhece há exatos 3 minutos me ofereça um estágio, onde eu poderia ser uma louca psicopata ou uma estudante vagal que não daria rendimento nenhum ao seu escritório.
E o que faltava para uma conversa estranha? Claro, um ato estranho. Foi então que aos 5 minutos e 34 segundos de conversa o indivíduo começou a aproximar o nariz dos meus ombros e rosto. Não entendi muito bem, mas aquilo ali na minha definição é "fungar". É isso mesmo, ele estava me cheirando, e mesmo eu me afastando ele continuava próximo, não parecia que estava tentando me beijar e sim me cheirar.
Eu, que já estava incomodada, pensei na mesma hora: "Esse cara tá invadindo minha bolha!". Então eu pensei que, se ele fazia Arquitetura, eu poderia claramente dizer isto e ele entenderia sem eu me passar por grosseira.
- É... Tipo assim... Você tá invadindo minha bolha.
- Quê?
- Você tá invadindo a minha bolha.
- Ãn?
- A bolha...
Ao mesmo tempo em que falava, eu movimentava os meus braços tentando delimitar a minha bolha virtual para que ele a visse ou pelo menos entendesse. Surpresa fiquei, pois ele não entendeu e ainda me olhou com uma cara de quem pensa: "Meu, que maconha estragada foi essa que tu fumou?". E quando falei "bolha" pela última vez, ele disse:
- Falou.
Fiquei sentada, vendo ele ir embora, me sentindo uma idiota e me perguntando: "Será que eu era a única pessoa ali que sabia o que era uma bolha virtual?". 

Referências:
* Definição de bolha virtual. Cultkitsch. Disponível em http://www.cultkitsch.org/ciencia/psicologia/psicologia_ambiental_files/psicologia_ambiental.htm
* BARBERI, Massimo. Psicologia de elevador. Mente e Cérebro. Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/psicologia_de_elevador_imprimir.html

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quadrilha

Acho que praticamente todas as pessoas já devem ter lido ou ouvido falar naquele famoso poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade. 

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história." 

Desde que nos entendemos por gente sempre estamos nos agrupando, formando e entrando para grupos que possuam os mesmos interesses ou, pelo menos, afinidades entre os integrantes do mesmo. Isso acaba gerando a famosa "panelinha", e a época em que a "panelinha" é percebida de maneira mais evidente é no tempo em que estamos no colégio. Um exemplo bem evidente da "panelinha" está nos lanches na hora do recreio, ou nos lugares aonde nos sentávamos na sala de aula.
Pois bem, são nessas "panelinhas" que você pode encontrar a famosa "quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade.
Esse negócio de fulano que ama cicrano que ama beltrano é algo muito comum nesse tempo de colégio, é justamente a época em que menos somos correspondidos amorosamente. Lembrei-me dos meus tempos de colégio, mais ou menos há uns 6 anos atrás, pensei em todos os namoros, casos, traições, ficas e relações amorosas que aconteceram na "panelinha" dos meus amigos. Acabei montando a "quadrilha da minha panelinha". É claro que, diferentemente dos poemas, onde tudo é lindo e as pessoas tem sentimentos sublimes como o amor, a "quadrilha da minha panelinha" se deu através de atos que estão na nossa realidade atualmente, como ficar, gostar, namorar, beijar, trair, etc. Isso resultou numa "quadrilha" muito mais complexa do que a de Carlos Drummond de Andrade e com finais semelhantes e diferentes para cada personagem.

Quadrilha
por Vanessa Assenav
"Deyse que namorava Ítalo que tinha uma relação de amor e ódio por Mônica
que desper
tava sentimentos em Jonas que ficou com Mara
que ficou com Dirceu que traiu Loana
que dispensou Jonanthan que ficou com Ellen
que namorou com Leandro que arrumou um namorado para Vanessa
que beijou Bernardo que ficou com Lúcia
que não gostava de ninguém.
Deyse teve mais três namorados, Ítalo foi para a Europa,
Jonas engordou, Mônica fez 5 anos de namoro,
Mara desapareceu, Dirceu também,
Loana foi para o convento, Jonanthan arranjou outros amigos,
Ellen foi para o Estados Unidos, Leandro namora com alguém que não tinha entrado na história
Vanessa ficou para tia, Bernardo namora duas meninas
e Lúcia continuou sem gostar de ninguém."
 


Aposto que deu vontade de montar sua própria "quadrilha" também.
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