quarta-feira, 1 de junho de 2011

Amor real virtual ou amor virtual real?

Depois que você assume que possui muitos amigos virtuais e que atualmente já está no seu segundo namoro virtual, você passa a ser uma espécie de referencial para todos daquela garota que entende como é possível se interessar por alguém que nunca se viu pessoalmente.

Foto por CPGXK

Vamos por partes, para quem não sabe ou não me conhece, eis o meu histórico de relacionamentos virtuais:

- Namorei 3 anos e meio com o Dirceu que morava em Florianópolis - SC. Nos conhecemos e começamos a namorar pela internet, mais tarde também nos conhecemos pessoalmente e nos encontrávamos sempre que possível.
- Tenho mais ou menos uns 7 amigos virtuais que moram em cidades distantes da minha e que não conheço pessoalmente, mas que tento manter contato sempre que possível.
- E atualmente, estou namorando à distância novamente, só que dessa vez com o Antoni. Nos conhecemos pela internet e só começamos a namorar quando nos conhecemos pessoalmente. Essa longa história até merece ser contada em um outro post.
Com a minha experiência em relacionamentos virtuais e reais, entenda-se relacionamentos como amores entre namorados e amigos, percebi que nem sempre o real é de fato real e o virtual é virtual, ou seja, o real pode ser virtual e o virtual pode ser real.
Benjamim Constant estava certo quando disse que:
"Todo sentimento precisa de um passado pra existir, o amor não, ele cria como por encanto um passado que nos cerca. Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio com alguém que a pouco era quase um estranho. Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."
Se o amor de fato cria esse passado e supre a falta de lembranças, isso significa que isso é possível também no mundo virtual, já que no mundo real nos também criamos um passado que nunca existiu.
Em se tratando do mundo real, em alguns relacionamentos as coisas acontecem assim: saímos para algum lugar, vemos aquela pessoa bonita ou charmosa que dá vontade de conhecer, até então, apenas pela sua aparência, rolando a famosa atração física. Por mais que você queira conhecê-la antes de beijá-la, isso quase nunca é possível, afinal de contas 5 a 10 minutos de conversa com alguém não é de fato conhecer, mas é claro que é possível que você tenha uma noite muito divertida e agradável ao lado da pessoa.
Em se tratando de mundo virtual as coisas são diferentes, se queremos conhecer e manter contato com alguém somos "obrigados" a conversarmos, porque simplesmente é a ÚNICA coisa que podemos fazer. Se a conversa flui bem da primeira vez a tendência é que ela se repita praticamente todos os dias.
Concluí que, no mundo real, às vezes precisamos beijar alguém para que TALVEZ possamos conhecê-lo de verdade algum dia. Já no virtual, precisamos conversar com alguém para que TALVEZ possamos beijá-lo de verdade algum dia. Numa primeira ideia parece que no real o "físico" vem antes do "mental" e no virtual o "mental" vem antes do "físico". Se você prefere um ou o outro, tanto faz, não existe certo ou errado, cada caso é um caso.
É lógico que a parte física é de grande importância, mas não podemos nos esquecer que os longos casamentos, as longas amizades e os grandes amores não se prenderam essencialmente por causa da parte física, e sim por conta de algo que transcende o corpo, o conhecer além, a sincronia de pensamentos.
As pessoas, de maneira geral, entendem o virtual como o oposto do real. É fácil quebrar essa ideia apenas expondo os conceitos do dicionário:
Real: "Que existe de facto. = efetivo, verdadeiro ≠ imaginário, irreal. Que tem existência física, palpável. = concreto ≠ abstracto." *
O virtual pode ser efetivo e verdadeiro, com existência física e palpável. Só porque não posso tocar em algo não significa que não seja real.
Virtual: "Que existe potencialmente e não em ação. Suscetível de se realizar ou de se exercer. Possível. Analógico; potencial." *
O real pode existir apenas potencialmente e não em ação. Só porque presencio ou observo algo não significa que irei tomar alguma atitude. Existe o potencial, mas eu não agi.
Tive alguns relacionamentos "reais", tanto com amigos quanto com namorados, que duraram pouquíssimo tempo, mal nos víamos, saíamos, ou conversávamos. E já tive relacionamentos "virtuais" onde as pessoas conseguiram ou ainda conseguem, por incrível que pareça, serem mais presentes do que outras que moram próximas a mim. 
Apesar de expor que em certos casos os relacionamentos virtuais são mais reais do que os ditos como reais, não viva somente de relacionamentos virtuais, pois também precisamos de pessoas presentes fisicamente para aquela saidinha ou aquele abraço de vez em quando.
Acreditem, relacionamentos virtuais tem vantagens e desvantagens. Assim como um relacionamento real ele também acontece naturalmente, quando não se procura e nem se espera, ele aparece. 

Referências:
* Definição de real. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=real
* Definição de virtual. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=virtual
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