quinta-feira, 2 de julho de 2009

Acessório indispensável

Deyse havia acabado um namoro sério e de longa data quando resolvemos jantar com a minha avó, Dona Laura. Naquela conversa toda, tanto eu como Deyse, desabafamos sobre os finais de relacionamentos.
Minha avó, muito sábia, tentava dizer coisas que pudessem fazer com que Deyse se sentisse melhor. E para que ela não se preocupasse, deixou claro:
- Olhe, nem se preocupe, o que tiver que ser, será. Se for para vocês ficarem juntos, vocês irão se reencontrar futuramente. E caso não deva ser assim, é porque tem coisa melhor vindo por aí, e um dia você conhecerá alguém que te faça mais feliz.
Conversa vai, conversa vem, acabamos passando do tema "finais de relacionamentos" para "começos de novos relacionamentos". Ela dizia que, na nossa idade:
- Vocês não devem se preocupar com essas coisas de romances duradouros, não adianta, as coisas sempre acabam ocorrendo do jeito que elas devem ser, mesmo que nós não saibamos qual jeito é esse.
E não satisfeita em deixar essas palavras soltas no ar, ela acabou citando um exemplo de "como as coisas acontecem do jeito que tem que acontecer", onde o mesmo exemplo era uma dica para arrumar paqueras.
- Mas olha, se vocês querem mesmo saber, contarei o meu segredo para que vocês arrumem alguns paqueras. Só para terem uma distração mesmo.
E finalmente, depois de muito mistério, ela nos contou "o segredo" para se conseguir um paquera, e mais, como fazer para vê-lo novamente!
- O segredo é sempre andar com uma pulseirinha!
Não, não, não é uma pulseirinha da sorte que traz a pessoa amada não. Pelo contrário, ela vai até a pessoa amada! Tá, tá, eu sei que ficou difícil de entender, então vamos ao início da história que ela nos contou.
Minha avó estava num baile de Carnaval, onde ela viu um rapaz muito bonito que por sorte, ou destino, a convidou para dançar. A noite seguiu maravilhosamente bem, e minha avó, muito esperta, queria que outros dias assim vinhessem, mesmo que estes não fossem para sempre.
Não quis abusar da sorte, que já tinha proporcionado uma dança com esse rapaz bonito e interessante, então, já tendo gastado a sua cota de sorte naquela noite de Carnaval, ela decidiu agir. Sem que ele percebesse, tirou a pulseira que estava usando e jogou-a no bolso da camisa dele enquanto dançavam, era como se isso fosse uma garantia de que ela o veria novamente para devolver a pulseira. E se realmente fosse para ser assim, assim seria.
No dia seguinte, minha avó acordou toda sorridente. A moça que trabalhava em sua casa logo percebeu e perguntou o porquê daquele sorriso.
- Por nada, apenas receberei uma visita hoje. Daniel vai passar aqui.
- Daniel? Como você sabe que um rapaz chamado Daniel vem aqui hoje?
- Espere, você verá.
Não passou muito tempo, e alguém bateu palmas no portão de sua casa. Era ele, Daniel.
- Olá, eu vim devolver uma pulseirinha que a Laura esqueceu comigo.
O "devolver a pulseirinha" de Daniel para Laura dura há quase 60 anos, 60 anos de muitas diferenças, mas principalmente, 60 anos de amor verdadeiro. Ou seja, Daniel se tornou meu avô, quer dizer, eu me tornei neta de Daniel e Laura.
Logo depois, fiquei a pensar com Deyse. Hoje em dia, algumas garotas da nossa idade, não esquecem suas pulseiras, e sim a calcinha dentro do carro de seus ficantes. E, diferentemente da pulseirinha da minha avó, as calcinhas muito dificilmente voltam, e servem até mesmo como troféu para alguns garotos.
Se você não é adepta das calcinhas esquecidas dentro do carro, terá que andar com muitas pulseirinhas e escolher bem no bolso de quem você vai jogá-las, para ver se pelo menos uma delas volta.

18 comentários:

  1. só estou passando pra matar a saudade, não consigo ficar londe do seu sopro, afinal é ele que me motiva a viver cada dia como se fosse único....abraços e valeu por estar sempre acompanhando meu blog, concerteza estarei sempre que puder aqui...amei a foto de perfil...bom fim de semana

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    1. Obrigada pela visita! Bom final de semana para você também!

      (Publicado em 2 de julho de 2009)

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  2. Mulher sagaz essa sua avó...
    Um exemplo pra essas mulheres que usam a bunda, não o cérebro.

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  3. a pessoa também tem que está preparada para perder muitas pulseirinhas...

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    1. Com certeza, é melhor não gastar muito dinheiro com elas!

      (Publicado em 5 de julho de 2009)

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  4. O segredo é a pulseirinha!!!!
    e no meu caso como eu faço??? pq mulher nao tem bolso na camisa e se eu colocar no bolso da calça dela nao vai da certo nao!!!

    bjaoo... adoro vc!!!! vanessaa =X

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    1. No seu caso eu ainda não tenho um segredo, mas assim que tiver postarei aqui! uhauhauhauhauha... Adoro você também Filaaas!

      (Publicado em 5 de julho de 2009)

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  5. Vou me espelhar nesse exemplo maravilhoso e ver se consigo pelo menos a pulseira de volta!

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    1. Hahahahahah... Ou tudo ou nada!

      (Publicado em 6 de julho de 2009)

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  6. Q bom que agora eu tenho desculpas pra usar pulseiras! uhahuahuauhahuhua

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    1. Temos que tomar cuidado para não usarmos muitas pulseiras, pois podem achar que é desespero!

      (Publicado em 7 de julho de 2009)

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  7. ha ha ha
    da ultima vez deixei um brinco na casa do namorado! ha ha ha
    mas esse foi porque esqueci mesmo...
    muito esperta essa d. laura

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    1. Você não me engana não, eu sei do seu plano com o brinco! uhauhauhauhauha...

      (Publicado em 8 de julho de 2009)

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  8. Parabens Vanessa pelo Blog!

    Uma pessoa inteligente e de grande talento!

    Muito sucesso!

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    1. Obrigada Everton! É sempre bom ter novas visitas. Volte sempre e sucesso para você também!

      (Publicado em 22 de julho de 2009)

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  9. Respostas
    1. Primeiramente, muito obrigada pela visita e pelo comentário!
      Não tinha feito essa comparação, mas agora que você falou, realmente tem uma semelhança com a história da Cinderela!
      Abraços e volte sempre!

      (Publicado em 16 de abril de 2013)

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