sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Meu nome é Vanessa

Ontem, num certo dia de caranguejada, numa certa barraca, eu, Ellen e Lúcia dançávamos. Cansada, resolvi sentar. Não demorou muito para aparecer um cara que já tinha tentado me "puxar" durante a festa. Sentou do meu lado e com o braço apoiado em volta da minha cadeira.
- Ôôôii...
Só no "Oi" você já percebe o grau de bebedeira em que o indivíduo se encontra. E na escala de 0 a 10 posso garantir a vocês que ele estava no mínimo na 8.
- Oi...
Tenho que confessar, eu tenho um sério problema, não consigo ser mal educada com ninguém.
- Posso saber seu nome?
- Vanessa.
Mentira, meu nome não é Vanessa, nem ao menos se parece com Vanessa, é apenas o 'codenome' para os meninos que você sabe que nunca mais vai ver.
Meu nome é Cristiano.
É... quem perguntou?
- Quer cerveja?
- Eu não bebo.
Não é mentira, realmente não bebo. E o mais incrível foi que o bêbado me olhou como se eu fosse a bêbada.
- Você não bebe?
- Não bebo.
Qual parte do "eu não bebo" ele não entendeu?
- E você tá tomando o que?
- Coca-Cola.
- Você vai querer dançar ou vai querer ficar aqui conversando sentada?
Quer dizer, eu não tenho escolha, ou eu danço com ele ou eu converso com ele.
- Não, não quero dançar.
- Você sabe dançar?
- Não, eu não sei dançar pagode.
- Tudo bem, então a gente conversa.
Dentre as opções impostas por ele, acho que só me restou isso, não é mesmo?
- Você tá bêbado.
- O quê? Você acha que tô muito embriagado?
É incrível como algumas pessoas tem o poder de pegar uma palavra sua e jogar outra em cima como se fosse exatamente a mesma coisa.
- Não, eu disse bêbado.
- Hum... Sabe aquelas duas meninas ali na frente?
- Hum.
- Eu tentei conversar com elas, mas elas ficaram com medo de mim dizendo que era porque eu tava bêbado. E você não tá com medo de mim.
Meu Deus, por que eu também não pensei em fingir que tava com medo dele?
- Depois quando eu saí elas ficaram lá com um menino tão feio. Não, sério, eu sou feio! Como é teu nome?
- Vanessa.
- Então Vanessa, meu nome é Cristiano.
- Eu sei, você já disse.
- Continuando, porque eu sou feio, não, olha pra mim! Sério, pode olhar pra mim. Eu sou feio!
Então olhei e percebi o quanto ele tinha sido sincero nessa afirmação.
- Eu sou feio, mas o cara lá era pior que eu.
- Vai ver ele não tava bêbado.
- É...
Quando me dou conta, ele colocou meu cabelo pra trás, então coloquei pra frente de volta, e ele pra trás de novo.
- Não pega no meu cabelo.
- Tá. Então Cibele...
- Meu nome não é Cibele.
- Como é teu nome?
- Vanessa.
- Você nem sabe o meu.
- Cristiano.
- Parabéns! Quer cerveja?
- Eu já falei que não bebo.
- Você não bebe?
Suspiros... Também não posso deixar de comentar o quanto ele tentava desesperadamente pegar nas minha mãos como se eu fosse o Papa ou Jesus. Lembro
que ele veio com um papo muito estranho de quando uma coisa é uma coisa, e depois ficou falando que ia falar a frase no plural. Bem eu até gostaria de lembrar, porque isso me fez rir muito, mas conversa sem sentido é difícil lembrar.
- Como é teu nome?
- Cara, já te falei meu nome 4 vezes.
- E você lembra do meu?
- Cristiano.
- Pera, eu vou dizer.
Um paranormal em ação...
- Gisele!
- Não.
- Por favor, me diz só mais uma vez?
- Vou falar, mas se você não decorar, você vai embora.
- Você quer que eu vá embora?
Nossa, como ele tá até esperto pra quem tá bêbado!
- Se você não souber meu nome, eu quero!
Pra você ver como eu tinha certeza que ele não ia saber.
- Vanessa.
- Ok.
Ele pega no meu cabelo de novo, e nessa hora o capeta dentro de mim se libertou e eu fiz aquela cara! É! Aquela cara!
- EU JÁ FALEI PRA NÃO PEGAR NO MEU CABELO!
- Quer cerveja?
- EU JÁ DISSE QUE NÃO BEBO!
A Elen olha pra ele.
- Cara, ela vai te bater. Tu quer que ele saia?
Bem, não precisou muito, ele saiu e eu fui no banheiro com a Lúcia. Quando voltamos adivinha quem vem tentar dançar comigo?
- Você lembra meu nome?
Pronto! Agora eu finalmente ia me livrar dele.
- Sim! Vanessa!
Putz... Fugi novamente. Mas não demorou muito pra ele aparecer de novo.
- Cara, eu curto mulher!
Isso mesmo, eu inventei que era lésbica! E deu certo, ele foi embora!
3 minutos depois...
- Eu acho que você tá inventando isso.
- Gente, diz pra ele que eu gosto de mulher!
- Ela gosta de mulheeer!
E para encerrar com chave de ouro:
- Eu acho que se você tá inventando isso é porque você gosta de mulher mesmo!
- Isso!
Então ele finalmente foi embora para sempre e com raiva.
Então, o que aprendemos hoje?
Que um bêbado precisa que você diga seu nome de 5 a 7 vezes até ele decorar. E que jamais devemos pegar no cabelo cacheado de uma garota.
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